
Educação Democrática
EMEF DESEMBARGADOR AMORIM LIMA
"Pense nos porquês" é só um dos vários cartazes que estão espalhados pela Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima. O conteúdo do ano letivo é elaborado por meio de roteiros de pesquisa. Cada roteiro contém, no mínimo, 14 temas que o aluno precisa desenvolver.

Foi só em 1996, após quarenta anos de atuação, que a Amorim passou por uma transformação em seu método. A atual diretora, Ana Elisa Siqueira, foi quem apareceu com ideias inovadoras, relacionadas com a integração da escola com o bairro Butantã.
Durante a alteração, foram retirados os cercados de fios de arame da escola e ela passou a ficar aberta, também, durante os finais de semana. Além dos pais e mães, que passaram a ser mais atuantes nas reflexões
sobre as possíveis melhorias na escola, os estudantes mais velhos se tornaram monitores dos mais novos.
O Conselho Escolar tomou a metodologia portuguesa da Escola da Ponte como inspiração para levar à Amorim uma proposta pedagógica que fugia da tradicional. Agora, cada aluno possui um educador tutor, que irá auxiliá-lo no desenvolvimento de aprendizagem. Cada tutor é responsável por vinte estudantes de cada período e, uma vez por semana, eles se reúnem, durante cinco horas, para que os tutorados possam tirar dúvidas.
Os roteiros são elaborados a partir das matérias dos livros didáticos que os alunos recebem. Entretanto, durante o desenvolvimento dos roteiros eles consultam diversos livros, de áreas variadas. Os espaços educativos, na realidade, são salões onde ficam cada um dos ciclos. A escola possui dois salões, um para o ciclo I (1º ao 4º ano) e o outro para o ciclo II (5º ao 9º ano); as paredes das antigas salas de aula foram derrubadas para se tornarem um salão. Neles, os estudantes sentam em mesas de quatro para que a pesquisa seja realizada coletivamente e eles possam responder, individualmente, seus objetivos.
Cerca de cinco ou seis professores circulam pelo salão para oferecer ajuda. É importante ressaltar que, muitas vezes, os alunos sentados juntos não estão desenvolvendo o mesmo roteiro porque são eles que escolhem a ordem que irão fazê-los. Os assuntos dos roteiros variam desde cartografia até direitos da criança. Salvo as aulas de matemática, inglês e oficina de texto, não há aulas expositivas.
Quando terminam um roteiro, o aluno escreve um portfólio, com tudo que aprendeu, e entrega para o tutor, que vai avaliar se ele pode receber as apostilas seguintes. Desse modo é que são feitas as avaliações. E os estudantes também têm à disposição diversas oficinas feitas em parceria com organizações da comunidade e da cidade.